sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Companheiro do povo


Capitulo I


 Em Brasília, ao se eleger com Presidente da Câmara dos Deputados no ano de 2058, Justino deputado mais eleito do Amapá, pensou que poderia colocar em pauta todas as suas idéias de melhorar o país, mas, as coisas não era nada do que ele pensava.
 De origem humilde, como uma boa parte dos deputados da câmara, ele viu e vivenciou, todas as mazelas e fragilidades que o pobre vivencia. Sendo que, de fato, a maior parte do dinheiro deste país esta na mão de 2% da sociedade opulenta, que não tem interesse algum que esta situação mude, deixando o miserável mais miserável, e eles recebendo o seu quinhão de cada mês.
 Ao sentar-se na cadeira de chefe maior da câmara, Justino começou a ter pessoas a falar no seu ouvido, não como espíritos e sim, um ponto (receptor de áudio como: os aparelhos auditivos) que lhe aconselharam a colocar no ouvido, assim ele poderia receber informações em tempo real do que viesse acontecer em Brasília.
  Com o passar do tempo Justino não conseguia emplacar nenhuma de suas idéias na câmara e isso lhe frustrou muito, devido, que o partido dele era oposição do governo, assim tornou-se mais difícil. Toda semana apareciam especulações de que Justino era ladrão em seu estado o Amapá; Justino não se preocupava, antes de ser deputado era Pai de Santo, muito entretido em campanhas de igualdade racial entre os índios e os camponeses, promovia mutirões para melhoria das ruas e praças. Diversas outras coisas que ele fazia como cidadão comum sem ajuda de partidos algum.
 Para se eleger teve de procurar um partido que tivesse uma boa base de pessoas honestas. Coisa muito difícil, um mês depois de eleito três colegas de legenda foram casados por receber propina de traficantes que queriam abrir um orfanato em nome dos três deputados.
 Numa tarde de domingo sentado na varanda de seu apartamento em Brasília, ele teve uma idéia fantástica, porém, meio surreal, fazer um movimento de cassação e prisão de políticos desonestos.
 Com pouco mais de três anos e dois meses de mandato percebeu que pequenos grupos políticos faziam a cabeça de todos os outros, partidos de grande prestigio como PPS (Partido Primeiro na Situação), PSS (Partido Segundo na Situação) e o terceiro PES (Partido nos Estamos na Situação) com trinta e seis anos de fundação já acumulava cento e oito deputados e oitenta e cinco senadores caçados.


Capitulo II
  Ao ser consultado secretamente com o deputado Nicolau Neves do PES, um político influente em seu partido, mas percebia-se que algo lhe afligia, pois ele estava lá com Justino não para falar de política e sim, para uma consulta de mesa branca, sendo uma das especialidades de Pai Justino.
  O deputado Nicolau queria saber se a esposa dele, a graciosa socialaite Florisbela Figueiroa, o traia. Justino elevou as mãos sobre a cabeça e lançou os búzios na mesa coberta com uma manta de renda branca, Justino lançou um olhar inquisidor sobre a mesa, Nicolau fixava um olhar de extrema atenção para mesa tentando ele, ver alguma coisa mediúnica.
 A entidade de Justino respondera.
– Tô vendo aqui meu fio, que vos-micê é um cabra que não dá muita atenção a sua muié. E com isso ela fica andando por ai, comprando. Fazendo festa prus cachorro dela e das amigas.          
 Nicolau o corta.
– E ela me trai, o que faz todas quintas à noite?  
– Vocês... Eu não sei não, gostam de se enganar não é? Você seu cabra! Nunca percebeu que tem vinte e oito anos que sua mulher não envelhece.
– Não...
– ...Toda quinta sua muié e as amigas dela contratam um enfermeiro “bunito”, forte...
  Então é este o canalha com quem ela me trai!
– Não...
– Como não?
– Não, não é só ela, as amigas também. E tem mais...
– O que pode ser pior!
– Alem dele montar nela, ele enfia um diacho de “botox” com uma seringa. Pôr isso que não envelhece e fica com a aquela cara de estatua.
Desconsoladamente o deputado Nicolau em um suspiro fala:
– Ela me trai...
Aos berros Pai Justino cai na gargalhada dizendo:
– Como é que você se sente tão mau? Se você mesmo promove aquelas festas, fechando três andares nos hotéis, com mais de cem putas para você e seus amigos. Haaa... Deixe a coitadinha com o enfermeiro dela, é só um mesmo, né?
Enxugando as lagrimas:
– Você tem razão Pai Justino.

Capitulo III 

Na quarta-feira com três quartos dos deputados na câmara. O comentário era geral, pois o telefone de Nicolau foi grampeado por um araponga fuxiqueiro, que repassou o conteúdo da conversa, entre o deputado Nicolau, e seu amigo íntimo.
 A imprensa sensacionalista logo caio como a jornalista à notícia, diversas capas de revistas e jornais estampava a noticia “o pai de santo no poder”; ou “mesa branca com deputado”; ou “o poder do terreiro” e assim foi um verdadeiro reboliço, a bancada evangélica criava rumores que o Justino, era o demônio encarnado e que estava em Brasília para corromper o poder ao mal, ouve então uma grande comoção entre a bancada que representa as entidades negras “afrodecendentes”  que subjugavam-se descriminados pelos evangélicos pois, – se os evangélicos negavam  o candomblé, negavam os negros – assim começam os primeiros atritos visto por toda mídia principalmente na Bahia, eram os evangélicos com o exercito de Jesus de um lado e os guerreiros de Ogum do outro esbofeteando-se em plena praça municipal, a mídia internacional estampava  em seus tablóides “intolerância religiosa no Brasil” o presidente da republica do Brasil o então ex-militar General Iliberto,  aproveitou a situação e deu o golpe de estado deixando todo o Brasil em estado de sitio só permitindo a saída após 22:00 horas aos médicos e enfermos.
 A coisa foi tão rápido que os jornais argentinos declaravam ”Brasil um pais que poucos mandam e muitos obedecem”; “Brasil estava tão bem. Por que essa besteira autoritária?; O Brasil é para todos? E assim com o seu ego ferido o presidente Iliberto, declarou guerra a Argentina, todo o mundo via com muito espanto toda esta situação e se perguntava – Por que tudo isso? –  ao declarar guerra convocou os seus generais e planejaram a tomada de Boenos Aires, só que havia um grande detalhe – como iria convencer os milhões de jovens brasileiros que foram dispensados por excesso de contingente a servir numa guerra ilógica – foram tramadas dezenas de promoções para atrair esses jovens como: cinco salários mínimos para soldados, no final da guerra receberiam uma casa, um carro e dez mil reais. Na primeira semana só conseguiram doentes mentais, mendigos inválidos e bolivianos que queriam visto permanente, um fracasso total. Partiram então para o segundo plano tendo em vista que os presídios estavam super lotados resolveram convocar os presidiários com a promessa de anistiar s seus delitos, foi um sucesso pois conseguiu o dobro do previsto porem, ao chegar na fronteira do Brasil com a Bolívia os meliantes militares debandaram levando não só as armas e munição, como também todos os pertences dos oficias e sargentos deixando-os literalmente nus, e assim a ASFARC teve seu contingente dobrado.Mais uma vez a mídia internacional      caio    em     cima      noticiando   um
 agravante      e        especulando       que     tudo isso era proposital para enriquecer ainda mais o trafico de cocaína no mundo, uma vez que os meliantes agora estariam em casa.
 Logo manifestações populares surgiram, os jovens que outrora foram tentados a ingressar no exército partira para a milícia dos sem-terra que tinha o seguinte bordão “O Brasil sem guerra!” uma marcha de vinte milhões foram para a praça dos três poderes, chegando lá tomaram Brasília o exército uniu-se ao movimento e mataram o presidente e o vice renunciou tendo em vista que também era um ex-militar, adivinha quem tomou o poder? Pois é, Justino, o terceiro na linha sucessória como presidente da câmara dos deputados lhe dava o direito de ser presidente da república.
 No seu primeiro mês de mandato colocou em prática a reforma agrária, reestatizou em presas privatizadas confiscou bens de bancos que em menos de dez anos quintuplicou seu faturamento em meio a empréstimos abusivos, prendeu mais de quinze mil políticos confirmadamente culpados, legalizou o aborto, o uso de drogas e a pena de morte para crimes hediondos; assassinato, seqüestro, pedofilia e corrupção.
 Em oito meses já não havia mais tiroteios nas favelas nem no asfalto o índice de homicídio com armas caio para um porcento. Mas o problema da pobreza ainda era muito grande, Justino, resolveu criar milhares de cooperativas em bairros periféricos e zonas rurais principalmente no nordeste brasileiro. Em um ano e cinco meses foi erradicada a pobreza no Brasil.
 Quem não gostou dessa mudança foram os ricos e a classe media, pois perdia a mão de obra barata e empobrecia, criaram o movimente de retomada do capitalismo selvagem, faziam produtos mais   baratos  que  das  cooperativas e tentavam boicotar matérias primas dos proletários. Justino, a mãos de aço intervia em prol da maioria “os pobres de capital” e numa tarde de domingo ao degustar seu lanche “o companheiro do povo” morrerá envenenado a um e nove meses de governo presidencial.
FIM.

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Contos que desmistifica a diferença entre "Camarada"

O chato no cárcere
            

 No mesmo, todos são iguais por se tratar de pessoas que eleva sua ignorância ao máximo do ridículo. São pessoas que com certeza, meu caro leitor, você deve conhecer um. Reporto-me a Daniel, rapaz que por mais força que faça só consegue prestar tolices onde chega, creio que deva ser um detalhe que carrega em sua genética /gênese, se lhe apresentarem um bicho-preguiça  de fato o animal sairá correndo não suportando sua retórica funesta.
 Semanalmente é espancado por familiares, vizinhos e até desconhecidos, basta ter um circulo; encontro; ou até mesmo uma assembléia, ele enfiará seu bedelho desconstruindo o assunto; pauta; pregação, com outros assuntos ou dando opinião que não é de interesse dos mesmos. A falta de discernimento, além de lhe causar dor, deixa muito preocupada sua mãe Dona Abgail, ex-psicóloga pois, abandonou a carreira ao deparar-se com sua principal derrota: “seu filho” e nunca o modificou nem uma ‘napa’ —Pior! Com o tempo, sua personalidade obsessiva lhe definira mais o seu caráter de chato.
 Não suportando mais a melancolia de ser um individuo solitário, a sua própria cabeça confusa criou um personagem que nem o próprio identificou como loucura. Por um lado foi um alívio para sua mãe que até fingia estar de frete com a entidade, de certo modo seu amigo imaginário tornou-se uma espécie de consultor, guru ou como ele mesmo chamava "Professor," com dois anos de intensos debates e aconselhamentos o tal professor, sumio — Como pode, o amigo imaginário, o abandonara! Daniel por três dias aguardava o amigo professor e nada, até que então, não suportando a aflição foi a 7ª delegacia no Rio Vermelho e prestou queixa ao delegado Portela:
—Bom dia senhor delegado Portelinha.
—Êpa pare ai! —cortando-o— que negocio é esse de Portelinha, que intimidade é essa?!
—Me desculpe, não irá se repetir, é que venho prestar uma queixa de desaparecimento do meu amigo professor, que sumiu á três dias e não deu nenhuma notícia (enxugando a lagrima) pode ter acontecido algo a ele, eu nunca tive um amigo de verdade e estou sofrendo muito com a falta dele.
—Como chama seu amigo professor?
—É... Não sei, eu nunca perguntei.
—A quanto tempo conhece ele?
—Dois anos, seis dias e acho que oito horas...
—E onde mora esse tal professor?
—Em minha casa, ele nunca saiu!
—...Ô Matias (o delegado chama o carcereiro) leva esse engraçadinho pro xadrez e só tira no final da tarde.
—Isso é uma arbitrariedade! Sou um pagador de impostos! Um cidadão íntegro, me largue! Isso não é justo Portelinha.
—Portelinha...(pensa o delegado) eu tenho um metro e sessenta e oito, estatura mediana brasileira seu maluco!  No cárcere encontrava-se todo tipo de criminoso: ladrão de carro, trombadinha, estelionatário, traficante, causadores da desordem (seis homens de setenta e cinco anos que ficaram nus em frente à agência da previdência social) e em outra cela estupradores trêmulos.  Num  ambiente  nada   amistoso   Daniel procurou encostar suas nádegas na parede    com     receio     que   a      bolinassem pelos velhos desordeiros, depois de uma hora naquela posição incomoda e desesperadora um dos desordeiros os perguntou:
— Ô meu filho, eu sempre te vi na biblioteca estudando, sempre bem arrumado e o que você esta fazendo aqui?
—É que eu chamei o delegado de Portelinha.
A gargalhada foi generalizada.
—Eu só vim dar uma queixa (completa Daniel) de desaparecimento do meu amigo professor.
—Eu acho que você precisa distrair essa sua cabeça meu filho, eu e meus amigos estamos nos articulando para fazer uma revolução do proletariado, como a revolução Russa de 1917 lembra?
—Sim, os bolcheviques, a galera da ala majoritária do Partido Operário Social Democrata da Rússia que, com Lênin (Vladimir Ilitch Ulianov), liderou a revolução de 1917, e por fim passou a constituir-se no Partido Comunista da antiga União Soviética.
—Isso mesmo meu filho, só que nossa causa é a previdência social que todos, todos mesmo! Iram ter de um dia ir lá e nossa causa é justa queremos simplesmente que os mortos deixem de receber salários, entende?
—Não...
—Uma pá de gente recebe salários de pessoas que morreram e com isso nós que estamos nos aposentando e que vão se aposentar como você, terão seus vencimentos reduzidos, por quê? Porque, a previdência irá quebrar e não terá dinheiro para mais ninguém, inclusive para você meu filho.
—Que terrível! O que será de minha velhice? É... não tem outro jeito, terei de recorrer a previdência privada.
—Mais é isso que o sistema capitalista quer meu filho, o que temos que fazer é lutar contra esse sistema e só há uma maneira; esta dentro dela trabalhando conseguindo desarticular estes facínoras usurpadores de pensões alheias.
—O que posso fazer pra entra na causa e lutar contra os usurpadores?
—O primeiro passo (cochichado) é você se escrever no concurso da previdência que esta aberta, você não estará sozinho, tem outros camaradas que também trabalhará lá e as reuniões secretas que você irá saber posteriormente; memorize este E-mail oalbertolima@gmail.com que você saberá.          
 Ao sair da delegacia no final da tarde Daniel, para surpresa dos funcionários do estabelecimento o nosso protagonista deste conto estava bem calmo e sereno bem diferente como tinha entrado. O carcereiro comenta com outro policial:
—É meu rei, fecharam os manicômios sobraram às delegacias, se isso vira moda é melhor trocar as armas por seringas.
 Passados seis longos meses Daniel já tinha se acostumado viver sem o professor e passara no concurso da previdência, no inicio de sua funcionabilidade no cargo de atendente de previdenciários sentia-se em plenitude, afinal de contas, ele não corria atrás das pessoas para conversar, elas vinham até ele. Um ano se passou e Daniel não recebera nenhum E-mail do velho pelado da delegacia e uma boa parte dos seus colegas que entraram no mesmo período eram suspeitos de serem participantes da causa mas, nenhum deles esboçavam ter haver com o objetivo revolucionário, ao contrario, pareciam muito fúteis preocupados com novo celular da moda ou o próximo ensaio do Psirico, Daniel buscou ser mais agressivo falava da revolução Russa de 1917 e suas conseqüências no que  viria  ser  os  países  socialistas, criticava o neoliberalismo imposto pelo Estados Unidos. O que ele conseguiu com essa atitude agressiva? —Ser tachado como comunista e tava promovendo a intriga para uma nova greve. De modo que foi chamado para uma acareação na sede da previdência central, reunido com o conselho foi indagado por diversas acusações de espionagem e que estaria fazendo parte duma rede de terrorismo para desestabilizar o novo governo eleito. Feitas tais acusações, foram nomeados novos auditores da sede que Daniel trabalhava para averiguar o estrago que ele teria feito e os nomeados para tal tarefa foram os que denunciaram Daniel, ironicamente os tais auditores também entraram na previdência para trabalhar no mesmo período que o destemido Daniel.
 Para dar ordem e segurança no trabalho dos auditores, Daniel ficou preso na sede da policia federal até que as investigações terminassem. Passados três longos meses estourou em toda mídia uma lista de beneficiários de mais de cinqüenta milhões de aposentadorias indevidas pela previdência social pública, muitos políticos e parentes dos mesmos, estavam envolvidos, chegando o disparate de um único deputado Carioca receber cento e vinte e oito aposentadorias de pessoas mortas. Com o caso averiguado os auditores que sem Daniel saber eram seus camaradas de causa, misteriosamente morreram em acidente de carro e outros com objetos que atingiram suas cabeças ao trafegar a pé nas ruas. Daniel foi sentenciado por corrupção passiva e amargou três anos na penitenciaria e os envolvidos nas fraudes de aposentadoria de mortos por se tratar de cinqüenta milhões de envolvidos a expectativa é que demore uns vinte anos para terminar as investigações.
  Daniel saiu da penitenciara calmo e sereno como outrora se fez na delegacia  de Portela, sua primeira providência foi processar o estado pois, não havia culpa alguma pra estar preso e escreveu um livro sobre seu período no cárcere.
 Toda esta situação foi para Daniel muito válido, assim o trauma da melancolia afastara o fantasma da solidão. 










quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Soneto da desilusão... Nestes últimos dias tenho pensado muito e amado pouco...

O verso quando sincero, 
               ele sai do poeta como fogo
                                   que lhe queima cada palavra
                                                                        [repassada...]

Soneto da desilusão




Noite quente ao som de Margarete
Vi benditas mulheres instrumentistas
Em minhas entranhas palpita um pivete
Ávido a fumar crack, cheirar cola; ser egoísta 

Pular ao ponto de se mostrar o quanto dói
Não no peito, nem na cabeça que lhe remete
A desagradável visão que em mim corrói
É do pé da barriga que sobe e compromete

Que se um dia criei esperança ela morreu
No virar da cabeça que não te vejo ou não
O pobre poeta perde um pedaço do rim seu

Ojeriza abdominal, poucas senti no meu
Nestes tristes poucos versos me peço perdão 
Pois ainda não sei calcular o que perdeu.

Alberto Lima
26/11/2010
1:50hs  


Nestes últimos dias tenho pensado muito e amado pouco...

O verso quando sincero, 
               ele sai do poeta como fogo
                                   que lhe queima cada palavra
                                                                              [repassada...]



Soneto de Volúpia

                                  "A nobre atriz Camila"

Num cataclisma mundial
Me pego reflexivo

O normal ou pão integral
Que dilema que eu vivo...

Suprimo minhas vontades
Recrimino minha raiva
Por mas que tenha vaidades
Sou contra a Seu Saraiva...

Que és um intolerante
Com o novo; sublime!
Se caso for um errante

Ai, por favor não subestime
Pois no peito não á corante
Mesmo que o ton se aproxime...






Alberto Lima
25/11/2010
11:56

"Triste Bahia ó quão desemelante"
              Gregorio de Mattos

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A peleja do maconheiro Zé do Bode no sistema Manicomial.

A peleja do maconheiro
Zé do Bode no sistema
Manicomial.

Zé do Bode é vendedor
De salgado lá na lapa
A vida nem sempre justa
Com sanduíche na chapa
Estudou até sexta série
E já tomou muito tapa

De policia mal informado
Que para o usuário lhe falta
Respeito e cidadania
Preconceito esta em alta
Preto, pobre e favelado
É visto como peralta!

É da sabença de todos
Que fumar maconha é crime
Se por mais que ele te anime
Tu não é ladrão do regime
Que é bruto pro pobre usuária
Do sistema não sublime

Nosso filme brasileiro
Que retratou o vil sistema
Bicho de sete cabeças
Vida repete o cinema
Peleja do Zé do Bode
Agora preso com algema

Por dois meses ele é preso
Quando assistente social
Configura como drogado
Nega seu referencial
É jogado em manicômio
Loucura manicomial

Vive com gente cagada
Para acalmar ansiedade
Se vê que tomar remédio
Abstrai barbaridade
Que lhe deixa mui chapado
Anos passa não vê idade

Até sua irmã lhe resgatar
Cárcere psicológico
Foram longos quinze anos
Do seu crime nada lógico
E agora novos planos
Pru “doente toxicológico”

Sequela desnecessária
Retardou sua consciência
Mora longe a duas horas
Do CAPS tem referência

Seria bom em que seu bairro
Fosse como adjacência

Hoje Zé do Bode é usuário
Sistema Único de Saúde
Bem diferente de outrora
Sem tratamento que o ilude
Por fim ele vivi a vida
Com outro olhar e atitude.

E cordelista que sou
Educador popular
Como muitos outros tem
O povo conscientizar
O SUS merece de todos
O respeito que se dá. 

Hoje Zé do Bode é usuário
Sistema Único de Saúde
Bem diferente de outrora
Sem tratamento que o ilude
Por fim ele vivi a vida
Com outro olhar e atitude.

E cordelista que sou
Educador popular
Como muitos outros tem
O povo conscientizar
O SUS merece de todos
O respeito que se dá.