quinta-feira, 24 de novembro de 2011

REBUSCAR POESIA E VENDER SEU PEIXE É ISSO QUE O POETA FAZ!

VAI UNS VÍDEOS E TEM MAIS NO MEU CANAL DO YOUTUBE.

Poeta Alberto Lima, ao lindo fundo das montanhas de Amargosa-Ba.

Jackson Costa, na Praça de Cordel e Poesia da 
 10ª Bienal do Livro da Bahia

Poeta Alberto Lima, na Praça de Cordel e Poesia da 

 10ª Bienal do Livro da Bahia

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Primavera da Saúde! Literartura de Cordel

Carrissimos leitores tenho a satisfação de postar o termino de mais um trabalho bem sussedido entre este poeta popular e os gestores, o povo da saúde na 8ª conferencia estadual de saúde da Bahia; 3000 participantes e 100% de participação dos municípios.
 Lógico que saiu cordel, na verdade sairam 3 que iram ser rodados para conferencia Nacional da Saúde em dezembro. Brasilia.
Temos ai uma luta, a primavera que sucedeu as revoluções!
PRIMAVERA DA SAÚDE

oalbertolima@gmail.com   71 9906-1428












quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Pois é carnaval!


Pois é carnaval!
Permito-me a escrever em ton de crônica, mas, as passagens deste enrredo são descritos de encontos de carnaval, no beco do cesar tawer (Ondina, Salvador, Bahia).
–Shirlei sacaninha do Engenho Velho de Brotas, três dias de carnaval; o feijão com mocotó em Água de Meninos (Feira de São Joaquim), revitalizava seus músculos fatigados pelo exesso de frenezi de 72 horas concecutivas!
Paco, subversivel e bastante negligente com seu irmão Jesus, que é um jovem; neste domingo, 27 de fevereiro de 2007, completara treze anos e meio. Jesus é abordado por uma loira compulenta com seios fartos e um forte apetiti por cocaína, a safadinha faz de tudo pela droga; dizem até que ela é facinado por popoarismo.
Miguel Gonzaga apresentou Tobias à Jesus, com farta eloquencia Tobias declamava suas respostas em verso, por infimo que fosse a resposta “tipo sim ou não” porem, seus versos não eram redondos, muitas rimas toantes e palavras repetidas. Mesmo assim não parava de versar.
Shirlei encontra Baê, uma pessoa de não sei de onde, entretando inspira confiança, vão para a ponta do belvedere ao atlântico (beco do cesar tawer) e furnicam de maneira composta e discreta (Shirlei abre o ecler da bainha do seu micro-short da Ciclone).
Jesus bastante exitado co’a mão da loirona em suas costas por d’baixo da camisa; diz a pedófila:
–Ô meu anginho, vamos sair debaixo deste poste, vamos pra aquela (sussura no ouvido de Jesus) eu quero mixar.
Jesus numa frase bastante repetida:
–Faço o que você quiser!
>
A Loira senta no batente de 80 centimetros e de pernas abertas puxa o mancebo sussurando:
–Me faz mixar...
Enquanto isso Miguel Gonzaga feixa um enorme baseado de prensada pois, no periodo de carnaval a policia intecifica na busca de maconha natural e solta, logo, o que sobra é a merda da maconha cheia de químicas do Paraguai, meleficio que nenhum “gestor de redução de danos” resolverá? Hipocresia!
Miguel Gonzaga, numa crise de tóci por conta da “prensada”; Poco chega e depara-se com Miguel Gonzaga e diz:
–Lastimavel... onde esta Jesus?
Tobias, corta-o:
–No escurinho da fela
Todo enfiado o menino
Lugar bem quentinho
Com loira que é aquela
Danado seu irmãozinho?!
Paco sacana que só, vai pelo barranco esgueirando por detras de Jesus, fujindo do alcance de visão do irmão. Esgueirando, por detras da loira, que praticava em Jesus a Garra do Tigre (Pomponharismo), sem que Jesus pude-se ver roste o de Paco, ele anunciou um assalto com a voz modificada:
–Perdeu disgraça!
Com o susto a loira prensou o menbro genital do jovem, em misto de dor e desespero debati-se para fora da loira e sem susseço, Paco fala:
–Tú é safada, né?
–Tenho aids –disse a loira– e transo sempre com camisinha!
Viva o carnaval!

sábado, 18 de junho de 2011

Alberto Lima campeão do Grande Concurso Cultural.


Alberto Lima campeão do 
Grande Concurso Cultural.


Foram definidos os classificados nas categorias Sanfoneiro, 
Repentista e Cordelista


Já foram definidos os finalistas do concurso cultural “Alegria e Cultura de Verdade”.  As eliminatórias do evento, que foi promovido pela Rádio Sociedade em parceria com o Shopping Piedade, foram realizadas entre os dias 13, 14 e 15 de junho. Os três primeiros classificados entre as categorias Sanfoneiro, Repentista e Cordelista decidirão o título na próxima segunda-feira (20), a partir das 14h, na Praça do Coração (Piso L2) do Shopping Piedade.

Finalistas
Os classificados na categoria melhor Sanfoneiro foram: Val Rios, grupo Forró Serra Norte e Agnaldo Francisco. Entre os Cordelista,  Alberto Lima, Jotacê Freitas e Creuza Meira foram os selecionados. Já na categoria melhor Repentista, o prêmio será disputado por Leandro Tranquilino, Antônio Queiroz e Paraíba da Viola. Todos eles decidirão a competição na próxima segunda-feira.
O júri escolheu os finalistas a partir da criatividade da letra ou texto, melodia da composição, capacidade de improvisação, interação com o público, desenvoltura, adequação ao tema proposto e afinação vocal e dos instrumentos.
Prêmios
O primeiro colocado da categoria Sanfoneiro terá como prêmio uma sanfona nova, enquanto que o repentista vencedor ficará com um violão. Entre os cordelistas, o grande campeão receberá uma impressora. Todos esses vencedores ainda levarão para casa um aparelho televisor LCD de 40 polegadas.

Todo o concurso foi transmitido ao vivo pela Rádio Sociedade durante o programa Show da Tarde, apresentado por Waldo Silva.

Cordelistas Participantes

João Augusto
 Maysa Miranda
 Alberto Lima
 Creusa Meira
 Jotacê Freitas
 Zuzu
Pilô
Antônio Barreto


Publicada por Ruan Melo às 12:42, 17/06/2011
http://www.radiosociedadeam.com.br/portal/noticia.aspx?nid=75538

terça-feira, 7 de junho de 2011

Vocês querem putaria? Então toma!

Este cordel de Manuel Moteiro "Maria Garafada" foi-me uma inspiração para escrever A Mulher Que Matou o Marido Para Amancebar Com o Jumento Querido, para vocês meus caros leitores que já viram ao vivo ou mesmo pelo link do youtub, leiam este cordel e me diga se não é extremamente mais escroto...
 

literatura de cordel
 
Maria Garrafada

MESTRA DO AMOR, PECADORA E SANTA
Autor: Manoel Monteiro
Membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel   


-01-
O século passado foi
Rico em criar personagens
Dos mais diversos matizes,
Das mais típicas linhagens;
Destacando, a lira arguta
Vai render a uma puta
As mais justas homenagens.


-02-
CAMPINA GRANDE cresceu
Graças a força empenhada
Por forasteiros e filhos
Desta terra tão amada,
Dentre os nomes que se inscreve
Um � quem CAMPINA deve
É MARIA GARRAFADA.
-03-
T
odos deram ajuda GRANDE
Para construir CAMPINA
E MARIA GARRAFADA,
Logo cedo, bem menina,
Instalou próspero empório
Que tinha como escritório
As entranhas da vagina.


-04-
MARIA foi tão somente
MARIA só, e mais nada,
Alquimista intuitiva
Criou meizinha afamada,
Que fabricava e vendia
A qual deu-lhe o nome um dia
De MARIA GARRAFADA.
-05-
MARIA sem sobrenome
Sem passado ou tradição,
Sem procedência importante
Sem orgulho ou ambição
Sem apegos e sem laços
Viveu de vender pedaços
Do seu grande coração.


-06-
Ela que mercadejava
O amor por atacado
Sabia os riscos que corre
Quem vive nesse mercado
Mesmo porque muitas vezes
Viu alguns dos seus fregueses
“Comprar produto” estragado.
-07-
Antes da penicilina
A pessoa “premiada”
Com uma venérea estava
Numa tremenda enrascada
Da qual por vez não saia,
Para ajudá-los, MARIA,
Formulou a GARRAFADA.


-08-
Ela que portava o mal
Também ofertava a cura
Não tinha culpa de ser
Objeto de procura,
Corria riscos constantes
Igual, ou mais que os amantes
Nessa vida de aventura.
-09-
MARIA nos verdes anos
Fez da profissão antiga
Um sacerdócio e um bem,
Afável, doce e amiga;
Na idade matutina
Doou-se inteira � CAMPINA
Como prima-rapariga.


-10-
No bordel de um leito só
Era um vai-e-vem diário
De gente importante e rica,
Camponês e proletário,
Velho fazendo mestrado
E jovem pouco ilustrado
Fazendo o curso primário.
-11-
No Beco da Pororoca
Instalou seu paraíso
Aonde CAMPINA-homem
Baixava, quando preciso,
Na ânsia de conhecer
Os mistérios do prazer
O amor pleno e conciso.


-12-
� Numa cama pobre e tosca
Sob a luz bruxuleante
Duma lamparina acesa
Com sua chama ondulante
Esfumaçava paixões
De imberbes rapagões
Nas mãos de MARIA amante.
-13-
MARIA, corpo de louça,
Olhos ternos, voz serena,
Mãos de fada na carícia,
Parceira de Madalena
Nessa profissão sem nome
A não ser que você some
Nomes que vão a dezena.


-14-
As prostitutas do mundo
Muitos outros nomes têm:
Um, Mulher da Vida Fácil
Pois acham que vivem bem,
Mas isso é pura besteira,
Quer ver se a vida é maneira?
Caia na vida também.
-15-
Catraia, quenga, piranha
É assim que o povo chama,
Biscate, puta, rameira,
Quebra-galho, mulher-dama,
Mas sendo em sociedade
Ganha nova identidade
Pra ser Moça de Programa.


-16-
A puta é como o palhaço
Que jamais pode deixar
T
ransparecer seus problemas
Para não contrariar
Os que querem diversão
Mesmo porque a função
Precisa continuar.
-17-
MARIA igual a Maria
Aquela da Palestina
Também sofreu seus tormentos
Mas sem maldizer a sina,
Padeceu no paraíso,
Se triste, fez-se em sorriso
Pelas noites de CAMPINA.


-18-
Foi namorada e amante,
Conselheira e confidente
De uma cidade inteira
Rica de bens, mas carente
De um corpo disponível
Que aceitasse passível
O desfrute permanente.
-19-
MARIA dava de graça,
Por muito, ou pouco dinheiro,
Seu negócio era manter
Os fregueses do puteiro
Onde era Mestra e Doutora,
Dona, serva e criadora
Do comércio pioneiro.


-20-
Numa ruazinha estreita
MARIA fez o seu ninho
Onde – vendia um “pedaço”
do corpo – ou dava todinho,
Alma, vida, coração,
Mais amor, e mais paixão,
Mais ternura e mais carinho.
-21-
“Comprar” mulher não é coisa
Que se chame novidade,
Você “compra, paga e usa”
Quando bem lhe dá vontade,
“Come” e fica satisfeito
Mas deixa do mesmo jeito
Pra outra oportunidade.


-22-
Desse-lhe um copo de vinho,
Uma dose de licor
Ou uma pequena cédula
Do mais ínfimo valor
Isso bastava a MARIA
E ela retribuía
Com uma taça de amor.
-23-
Estava sempre ao dispor
Quer de noite, quer de dia,
Era só bater de leve
Ela solícita atendia,
Para a cidade carente
MARIA literalmente
Pernas e portas abria.


-24-
Na alcova MARIA
foi Passiva, ativa, instrutora,
Recatada, libertina,
Maternal e professora
Por isso reconhecida
MARIA foi nessa vida
A mais Santa-pecadora.
-25-
MARIA ensinou CAMPINA
A arte da putaria,
Moça cair na fuzarca,
Rapaz “chupar” porcaria;
Velho quando estava seco
Era só passar no Beco
E afogar-se em MARIA.


-26-
Muitas damas da cidade
Hoje matronas casadas,
Com esposo/filhos, netos,
Proles bem estruturadas;
Não esquecem que um dia
Foram da Mestra MARIA
Alunas bem aplicadas.
-27-
Estou relembrando isso
Mas sem recriminação,
Quem deu, se deu porque quis,
Por amor, ou precisão,
Deu uma coisa que dando,
Não diminui, vai somando
Prazer e satisfação.


-28-
Também muitos cavalheiros
Dos quais ninguém desconfia
Freqüentando a Pororoca
Forçaram na fantasia,
Em noites de vinho e tara
Findaram metendo a cara
Entre as pernas de MARIA.
-29-
Nesse caso eu digo o mesmo,
Se fez e fez porque quis,
Sem MARIA forçar muito
A cara do infeliz
Não vou condenar ninguém
Pois cá pra nós, eu também
Algumas besteiras fiz.


-30-
Mesmo o passado só serve
Para lembrar no futuro
E aquilo que se deu
Numa alcova ou quarto escuro
Só aos dois interessa
Sendo melhor que a conversa
Jamais ultrapasse o muro.
-31-
Homem vence touro brabo
Mas a mulher o “derruba”
Anotem, pois alguns nomes
Dos que fizeram suruba
Com MARIA GARRAFADA:
- Seu Terto passou noitada
Com Severo e Carnaúba.


-32-
Francisco da Marinete,
Carlos, dono do Abrigo
Numa noite fraquejaram
Igualzinho � seu Rodrigo
Que ao lembrar-se do Beco
Ficava engolindo em seco,
Porque? Eu sei, mas não digo.
-33-
Dr. William de Brito
Ilustre cardiopata
Numa noite de gandaia
Bebeu que meiou a lata
Depois caiu na orgia
E lambeu tanto MARIA
Que ficou de venta chata.


-34-
O industrial Serginho
Aquele da Tecelagem
Era lambedor de fama
E contava pabulagem;
O Chefe da Estação
Num concurso de chupão
Ganhou com 10 de vantagem.
-35-
Mesmo arriscando o pescoço
De delatar eu não fujo
Pois MARIA me contou
Que o empresário Araújo
Nas noites que a visitava
Dificilmente escapava
Sair de bigode sujo.


-36-
Na lista dos lambe-lambe
Estão Quirino e Lindolfo,
Anézio, Mário e Luiz,
Asdrúbal, Santos, Rodolfo,
Tavares, Costinha, Paulo,
Wanduy, Marquito, Saulo,
José, Valdez e Sindolfo.
-37-
Alfredo da Padaria,
T
enório, Cícero, Cabral,
Antunes que ajudava
As missas da Catedral;
Segundo contou MARIA
A relação encheria
Um caderno de jornal.


-38-
Por favor, não vão sair
Suspeitando de ninguém
Porque os nomes acima
São fictícios e quem
Vai fazer o papel feio
De mostrar o erro alheio
Se tem seus erros também?
-39-
Os nomes foram trocados
Mas a história é real,
O Beco da Pororoca
Por décadas foi o local
Onde se achava MARIA
E a cidade fazia Repetido bacanal.


-40-
Na Escola da Pororoca
A estudantada via
Uma oportunidade
De aprender anatomia,
MARIA ensinava tudo
Era o compêndio de estudo
Onde a moçada aprendia.
-41-
Foi desgastando-se aos poucos
De tanto ser folheada,
Cada ruga que surgia
Era uma folha rasgada,
Chegando ao final do conto,
Resta uma cruz, como ponto,
De MARIA GARRAFADA.


-42-
MARIA, jovem, vendia
Beleza, lascívia e graça
E quando passava enchia
De brilho os olhos da praça
Mas o tempo foi passando
E MARIA foi ficando
Como vitral que se embaça.
-43-
Seus trejeitos sensuais,
Seus meneios provocantes,
Seu corpo de saciar
A sede de mil amantes
Dando amor e recebendo
Aos poucos foi perdendo
As belas formas de antes.


-44-
MARIA, Santa MARIA
Deu a cidade que amou
Seu corpo em flor de menina
Assim que desabrochou,
Mas como tudo é furtivo,
Um dia, assim, sem motivo
MARIA inerte, murchou.
-45-
CAMPINA sentindo falta
Da puta mais festejada
Mestra na arte sublime
De dar prazer � moçada
Por ser de pleno direito
Queda-se rendendo um pleito
A MARIA GARRAFADA.


-46-
CAMPINA cidade obreira
Feita por gente impoluta
É GRANDE porque nasceu
Com muito trabalho e luta
De criadores, tropeiros,
Filhos natos, forasteiros,
Índio, branco, preto e puta.
-47-
M – ÁRIA, estes versos são
A – minha humilde oferenda
N – ão devo esquecer que em vida
O – teu corpo esteve � venda;
E – ras Santa e dissoluta,
L – inda, pecadora e puta,
M – ULHER, mulher, rica prenda.




terça-feira, 22 de março de 2011

GUERRA DO PARAGUAI isso da um cordel...



A Guerra do Paraguai teve seu início no ano de 1864 a partir da ambição do ditador Francisco Solano Lopes, que tinha como objetivo aumentar o território paraguaio e obter uma saída para o Oceano Atlântico, através dos rios da Bacia do Prata. Ele iniciou o confronto com a criação de inúmeros obstáculos impostos às embarcações brasileiras que se dirigiam a Mato Grosso através da capital paraguaia. 
Visando a província de Mato Grosso, o ditador paraguaio aproveitou-se da fraca defesa brasileira naquela região para invadi-la e conquistá-la. Fez isso sem grandes dificuldades e, após esta batalha, sentiu-se motivado a dar continuidade à expansão do Paraguai através do território que pertencia ao Brasil. Seu próximo alvo foi o Rio Grande do Sul, mas, para atingi-lo, necessitava passar pela Argentina. Então, invadiu e tomou Corrientes, província Argentina que, naquela época, era governada por Mitre. 
Decididos a não mais serem ameaçados e dominados pelo ditador Solano Lopes, Argentina, Brasil e Uruguai uniram suas forças em 1° de maio de 1865 através de acordo conhecido como a Tríplice Aliança. A partir daí, os três paises lutaram juntos para deterem o Paraguai, que foi vencido na batalha naval de Riachuelo e também na luta de Uruguaiana. 
Esta guerra durou seis anos; contudo, já no terceiro ano, o Brasil via-se em grandes dificuldades com a organização de sua tropa, pois além do inimigo, os soldados brasileiros tinham que lutar contra o falta de alimentos, de comunicação e ainda contra as epidemias que os derrotavam na maioria das vezes. Diante deste quadro, Caxias foi chamado para liderar o exército brasileiro. Sob seu comando, a tropa foi reorganizada e conquistou várias vitórias até chegar em Assunção no ano de 1869. Apesar de seu grande êxito, a última batalha foi liderada pelo Conde D`Eu (genro de D. Pedro II). Por fim, no ano de 1870, a guerra chega ao seu final com a morte de Francisco Solano Lopes em Cerro Cora. 
Conclusão: Antes da guerra, o Paraguai era uma potência econômica na América do Sul. Além disso, era um país independente das nações européias. Para a Inglaterra, um exemplo que não deveria ser seguido pelos demais países latino-americanos, que eram totalmente dependentes do império inglês. Foi por isso, que os ingleses ficaram ao lado dos países da tríplice aliança, emprestando dinheiro e oferecendo apoio militar. Era interessante para a Inglaterra enfraquecer e eliminar um exemplo de sucesso e independência na América Latina. Após este conflito, o Paraguai nunca mais voltou a ser um país com um bom índice de desenvolvimento econômico, pelo contrário, passa atualmente por dificuldades políticas e econômicas.
Consequências da Guerra do Paraguai

Você sabia, que depois da Guerra do Paraguai este país perdeu grande parte de seu território para o Brasil e a Argentina, e teve de pagar pesadas indenizações a ambos até a Segunda Guerra Mundial? A vitória da Tríplice Aliança sobre o Paraguai, em 1870, foi um duro golpe para o desenvolvimento paraguaio.
Já o Brasil saiu com o Exército fortalecido, assim como a sua voz na região, liderança hoje notória quando se contempla as relações do Mercosul.
Para saber mais  sobre o maior conflito armado da América do Sul, veja o documentário ”A Guerra do Paraguai”, que visita os palcos das principais batalhas na Argentina e no Paraguai e conta a história, apoiada em diários e documentos de época. Na série 500 Anos: O Brasil- Império na tv, o episódio ”Guerra do Paraguai” fala sobre as motivações para o conflito e a principal consequência da vitória brasileira: o nascimento do sentimento abolicionista que culminaria com o fim da escravatura.

Fonte: Livro de história.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Literatura de cordel e suas rimas.


Literatura de cordel

A cultura popular nordestina é rica em formas e gêneros. Fazem parte dessa cultura os cantos de improviso dos repentistas e emboladores, os causos, as lendas, histórias de Trancoso, bem como a Literatura de Cordel.
A literatura de cordel, mais comumente chamada apenas Cordel, nasceu como uma literatura popular, publicada em livros de impressão simples, para serem vendidos em feiras e mercados, pendurados em cordéis (o que lhe deu o nome). Seus divulgadores os recitam nas feiras, ou cantam seus cantares, e nisso são muito próximos dos improvisos no formato, mas não na temática.
A temática do cordel é preponderantemente épica, em poemas longos, utilizando vários formatos de estrofes, versos e rimas. O cordelista conta uma história (ficção, verdade, paródia, ironia, tragédia, humor, narrativa de um acontecimento, etc.) utilizando versos na sua construção. O cordel é, basicamente, um conto feito em versos.
Quanto ao formato das estrofes, o cordel utiliza as quadras, as sextilhas ou sextas, as septilhas ou sétimas, as oitavas e as décimas.
Com exceção das décimas, nos formatos de Martelo agalopado e de Galope à beira-mar (estes mais utilizados nos repentes), os versos são quase que uniformemente redondilhas maiores.
Quanto às rimas, não existe o cuidado de se procurar rimas ricas, nem a obrigação de apresentar rima em todos os versos. Há até o costume de não se utilizar rimas nos versos ímpares nas quadras e nas sextilhas.

A quadra
A quadra ou quarteto é uma estrofe de 4 versos. Utiliza esquema rímico semelhante ao da trova (ABAB ou ABBA) mas encontramos com freqüência o esquema mais simples, dos cantadores, que utilizam a rima final apenas nos versos pares (xAxA).

Exemplos:
1) “Depois destes versos feitos,
quando voltei para a mesa
e lê-los para as pessoas,
tive mais uma surpresa.

Alguns estavam comendo
ovo frito com gordura,
que, por ser do seu terreiro,
estava uma gostosura.”
(Adauto Barreto, “Na casa de Emília”)

2) “O gringo, um homenzarrão,
era bastante educado
mas tinha um cuspir-de-lado
que incomodava um montão.

Era magro, alto, esguio,
barba fechada no rosto.
Não sei que Maria viu,
mas caiu-lhe no seu gosto.”
(Paulo Camelo, “A história do gringo e do vendedor de bode”)

A sextilha
É uma das formas mais utilizadas nos cordéis, juntamente com a sétima.
As estrofes são quase invariavelmente feitas em redondilhas, com as rimas nos versos pares, raramente utilizando-se rima nos ímpares.

Exemplo:

“Minutos depois Josefa
bastante ração cortou.
Fez um feixe com cuidado,
na cabeça colocou.
Neste momento ela ouviu
quando a filhinha chorou.

Porém sua casa ficava
bastante longe dali
e sendo assim impossível
seu choro poder ouvir,
também sozinha jamais
poderia chegar ali.”
(Madalena Castro, “As travessuras de Comadre Fulozinha”)


A Sétima

A estrofe de sete versos, chamada sétima, de muita utilização no cordel, apresenta um esquema rímico próprio, com uma variante. As rimas são apresentadas nos esquemas xAxABBA ou ABABCCB, vendo-se aí a semelhança dos primeiros versos com a quadra, descuidando-se dos versos ímpares algumas vezes.

Exemplos:
1) “A cera de carnaúba
Alto Longá tem fartura.
Arroz, milho e feijão
aumenta a sua cultura.
O azeite do babaçu,
banana, manga e caju,
a cana da rapadura.

Alto Longá tem poeta
que canta o mundo em repente,
canta a vida do seu povo
do passado e do presente.
Pesquisei, guardei no crânio,
escrevo pra o conterrâneo
a história de sua gente.”
(Pedro Costa, “Alto Longá e sua gente”)

2) “Minha poesia é simples
porém a rima é completa
e quem ler o meu cordel
diz: este poeta presta.
Mas levo aqui o louvor
ao amigo professor
do ‘A menina do poeta’.

São muitas as suas obras
falando do meu sertão.
Não esquece o seu lugar,
fala de todo o torrão.
Nos seus versos incomuns
enaltece os inhamuns
com uma inensa paixão.”
(Paulo de Tarso, “A menina do poeta”)

3) “Remando nessa maré,
Pernambuco faz bonito,
pois teve Agostinho Lopes,
de São José do Egito.
Exu mostra seu valor
com o João Serrador,
que por lá nunca foi frito.

Não ouvi, mas acredito
que uma das coisas belas
é ouvir Manoel Domingos,
da cidade de Panelas.
Antes da lista vindoura,
lembro Eduardo Moura,
que nunca cantou balelas.”
(Ismael Gaião da Costa, “Gerações de poetas repentistas que divulgam a cultura nordestina”)

A oitava
A oitava é estrofe menos utilizada no cordel. Seu formato deriva da junção de duas quadras, até com seus esquemas rímicos, que podem ser continuados nas duas quadras da estrofe ou diferentes em cada parte, mas, na maioria dos casos, deixando os versos ímpares como versos brancos. Utiliza esquema xAxAxAxA, ou ABABABAB ou, ainda, ABABCDCD.

Exemplo:
“Venho, com toda firmeza,
registrar a pelintragem
de uma rameira afoita.
Fez de tudo, até chantagem...
Assim, todos iludia,
tenho a prova na bagagem.
A quem couber o barrete,
encare-me, se tem coragem.”
(Dulcinéa de Oliveira, “Sarrabulho de uma mundiça”)

A décima
A décima é, no cordel, o que se pode chamar de “forma erudita”, pois sua utilização é mais trabalhada, até quando é utilizada pelos repentistas.
Como nos outros esquemas estróficos, a décima também se utiliza da redondilha, mas é nesse formato que aparecem versos de arte maior, como o Martelo Agalopado e o Galope à beira-mar.
Embora possa apresentar esquema rímico diverso, o mais utilizado (a grande maioria) é o esquema ABBAACCDDC.
É nesse esquema estrófico (juntamente com o esquema rímico) que encontramos a glosa, formada por uma ou duas estrofes nos improvisos e por várias estrofes no cordel.
As posições tradicionais do mote em dístico na glosa são nas posições 4 e 10 ou nos dois últimos versos, 9 e 10.
Porém o cordel assim apresentado não necessita obrigatoriamente de utilizar o mote, mantendo a temática livre como os cordéis que utilizam estrofes menores.

Exemplos:
1) “Pernambuco se levanta
dentro desta nova glosa
com Severino Feitosa,
que no improviso encanta.
Muita gente se espanta
quando escuta Minervina.
O que também me fascina
é ver Santinha Maurício,
que canta sem sacrifício:
tudo eu sei, ninguém me ensina.

Comigo, o rojão é quente,
diz Mocinha de Passira.
E quem nela se inspira
canta a glosa facilmente.
É Pernambuco presente
com sua matéria-prima,
onde também tá de cima
Oliveira de Panelas,
que faz poesias belas
na junção de verso e rima.”
(Ismael Gaião da Costa, “Gerações de poetas repentistas que divulgam a cultura nordestina”)

2) “Plantei roça sem comer
a minha última semente.
Na terra seca, o sol quente,
vi a criação morrer.
Esperei Deus resolver
mandar chuva pro roçado,
toró dágua controlado
e não uma tromba dágua,
pra não aumentar a mágoa,
levando o que foi plantado.

Do Ceará ao Cariri
açudes estorricados
em blocos espedaçados,
Pernambuco e Piaui.
O Nordeste todo aqui
nesta gleba tão sofrida
do nosso Brasil sem vida.
Não chovendo no sertão,
torra a semente no chão
e a luta fica perdida.”
(Anélio Souza, “O drama da seca”)

3) “Eu guardei meu dinheiro mês a mês
pra poder ter um pouco no futuro
e esse cara me toma ele de vez,
de uma hora pra outra eu fico duro
e não vejo maneira de rever
o dinheiro que o homem me tomou;
o que é meu já fugiu do meu poder:
a poupança que fiz se evaporou,
o salário encolheu, se degradou,
vitimado que foi por roubo puro.

Eu entrei numa fossa, fiquei triste
e quedei-me a pensar o que é que eu faço;
esse cara nos vem de dedo em riste
e nos faz novamente de palhaço.
Inda bem que a justiça não tardou
e o Congresso implantou a CPI,
do Planalto ele logo se afastou,
hoje está sem função, sem pedigree,
mas a grana ele já levou daqui
e de novo pergunto: o que e que eu faço?”
(Paulo Camelo, “E eu só queria votar...”)
Paulo Camelo
Publicado no Recanto das Letras em 27/08/2005