Caríssimos amigos e amigas, estarei lançando o título de Cordel "A Morte Do Jumento Querido", Apresentação do codel, A Morte Do Jumento Querido, no Beco do Rosália nos barris, em frente a biblioteca,´ dia 12 de junho às 21:15. Vai um trecho do mesmo:
A morte do jumento querido
Contaram no meu ouvido
Que não vale comentar
Desgraceira dum menino
Que vivia aprontar
Falo sério, sou bom macho
Eu não sou de inventar
Zézin era muito arteiro
Mijava lá no açude
Cagava lá no chiqueiro
Comia a bola de gude
Roubava do minhaeiro
Assim fazia sua virtude
Sempre desacreditado
Vivia um tanto feliz
Sorria um tanto desvairado
Duma vida por um triz
Seu jumento, o Inácio
Danou-se ensinar com giz.
As letras do alfabeto
Como ensina pra gente
A soletrar e as regras
Cansativo e bem pungente.
Até Inácio dormir
Uma loucura ciente.
Passados oitenta dias
O animal escrevia
Não só o nome Inácio
Mas, também trechos da bíblia
Os salmos e apocalipse
E tudo mais que ele lia.
O Zézim com muito medo
De roubarem seu jumento
Levou pro mato adentro
E lambuzou de excremento
Sendo assim repulsivo,
Feio, podre e xexelento.
O caçador Osmar Tosta
Embreado mata adentro
Ouviu um relincho forte
Ao lado do pé de coentro
Viu um animal estranho
E disse: — Nesse mato não entro!
Engatilhou e apontou
Inácio logo escreveu:
— Não me mate, por favor!
Osmar de pronto se benzeu
De corpo arrepiado
Paço atrais ele deu
Zézim chega e se depara
Com caçador aluado
E diz que: — O animal,
Não serve pra ser alado
Pois é chucro e malvado
E aqui ele é castigado!