Companheiro do povo
Capitulo I
Em Brasília, ao se eleger com Presidente da Câmara dos Deputados no ano de 2058, Justino deputado mais eleito do Amapá, pensou que poderia colocar em pauta todas as suas idéias de melhorar o país, mas, as coisas não era nada do que ele pensava.
De origem humilde, como uma boa parte dos deputados da câmara, ele viu e vivenciou, todas as mazelas e fragilidades que o pobre vivencia. Sendo que, de fato, a maior parte do dinheiro deste país esta na mão de 2% da sociedade opulenta, que não tem interesse algum que esta situação mude, deixando o miserável mais miserável, e eles recebendo o seu quinhão de cada mês.
Ao sentar-se na cadeira de chefe maior da câmara, Justino começou a ter pessoas a falar no seu ouvido, não como espíritos e sim, um ponto (receptor de áudio como: os aparelhos auditivos) que lhe aconselharam a colocar no ouvido, assim ele poderia receber informações em tempo real do que viesse acontecer em Brasília.
Para se eleger teve de procurar um partido que tivesse uma boa base de pessoas honestas. Coisa muito difícil, um mês depois de eleito três colegas de legenda foram casados por receber propina de traficantes que queriam abrir um orfanato em nome dos três deputados.
Numa tarde de domingo sentado na varanda de seu apartamento em Brasília, ele teve uma idéia fantástica, porém, meio surreal, fazer um movimento de cassação e prisão de políticos desonestos.
Com pouco mais de três anos e dois meses de mandato percebeu que pequenos grupos políticos faziam a cabeça de todos os outros, partidos de grande prestigio como PPS (Partido Primeiro na Situação), PSS (Partido Segundo na Situação) e o terceiro PES (Partido nos Estamos na Situação) com trinta e seis anos de fundação já acumulava cento e oito deputados e oitenta e cinco senadores caçados.
Capitulo II
O deputado Nicolau queria saber se a esposa dele, a graciosa socialaite Florisbela Figueiroa, o traia. Justino elevou as mãos sobre a cabeça e lançou os búzios na mesa coberta com uma manta de renda branca, Justino lançou um olhar inquisidor sobre a mesa, Nicolau fixava um olhar de extrema atenção para mesa tentando ele, ver alguma coisa mediúnica.
A entidade de Justino respondera.
– Tô vendo aqui meu fio, que vos-micê é um cabra que não dá muita atenção a sua muié. E com isso ela fica andando por ai, comprando. Fazendo festa prus cachorro dela e das amigas.
Nicolau o corta.
– E ela me trai, o que faz todas quintas à noite?
– Vocês... Eu não sei não, gostam de se enganar não é? Você seu cabra! Nunca percebeu que tem vinte e oito anos que sua mulher não envelhece.
– Não...
– ...Toda quinta sua muié e as amigas dela contratam um enfermeiro “bunito”, forte...
– Então é este o canalha com quem ela me trai!
– Não...
– Como não?
– Não, não é só ela, as amigas também. E tem mais...
– O que pode ser pior!
– Alem dele montar nela, ele enfia um diacho de “botox” com uma seringa. Pôr isso que não envelhece e fica com a aquela cara de estatua.
Desconsoladamente o deputado Nicolau em um suspiro fala:
– Ela me trai...
Aos berros Pai Justino cai na gargalhada dizendo:
– Como é que você se sente tão mau? Se você mesmo promove aquelas festas, fechando três andares nos hotéis, com mais de cem putas para você e seus amigos. Haaa... Deixe a coitadinha com o enfermeiro dela, é só um mesmo, né?
Enxugando as lagrimas:
– Você tem razão Pai Justino.
Capitulo III
Na quarta-feira com três quartos dos deputados na câmara. O comentário era geral, pois o telefone de Nicolau foi grampeado por um araponga fuxiqueiro, que repassou o conteúdo da conversa, entre o deputado Nicolau, e seu amigo íntimo.
A imprensa sensacionalista logo caio como a jornalista à notícia, diversas capas de revistas e jornais estampava a noticia “o pai de santo no poder”; ou “mesa branca com deputado”; ou “o poder do terreiro” e assim foi um verdadeiro reboliço, a bancada evangélica criava rumores que o Justino, era o demônio encarnado e que estava em Brasília para corromper o poder ao mal, ouve então uma grande comoção entre a bancada que representa as entidades negras “afrodecendentes” que subjugavam-se descriminados pelos evangélicos pois, – se os evangélicos negavam o candomblé, negavam os negros – assim começam os primeiros atritos visto por toda mídia principalmente na Bahia, eram os evangélicos com o exercito de Jesus de um lado e os guerreiros de Ogum do outro esbofeteando-se em plena praça municipal, a mídia internacional estampava em seus tablóides “intolerância religiosa no Brasil” o presidente da republica do Brasil o então ex-militar General Iliberto, aproveitou a situação e deu o golpe de estado deixando todo o Brasil em estado de sitio só permitindo a saída após 22:00 horas aos médicos e enfermos.
A coisa foi tão rápido que os jornais argentinos declaravam ”Brasil um pais que poucos mandam e muitos obedecem”; “Brasil estava tão bem. Por que essa besteira autoritária?; O Brasil é para todos? E assim com o seu ego ferido o presidente Iliberto, declarou guerra a Argentina, todo o mundo via com muito espanto toda esta situação e se perguntava – Por que tudo isso? – ao declarar guerra convocou os seus generais e planejaram a tomada de Boenos Aires, só que havia um grande detalhe – como iria convencer os milhões de jovens brasileiros que foram dispensados por excesso de contingente a servir numa guerra ilógica – foram tramadas dezenas de promoções para atrair esses jovens como: cinco salários mínimos para soldados, no final da guerra receberiam uma casa, um carro e dez mil reais. Na primeira semana só conseguiram doentes mentais, mendigos inválidos e bolivianos que queriam visto permanente, um fracasso total. Partiram então para o segundo plano tendo em vista que os presídios estavam super lotados resolveram convocar os presidiários com a promessa de anistiar s seus delitos, foi um sucesso pois conseguiu o dobro do previsto porem, ao chegar na fronteira do Brasil com a Bolívia os meliantes militares debandaram levando não só as armas e munição, como também todos os pertences dos oficias e sargentos deixando-os literalmente nus, e assim a ASFARC teve seu contingente dobrado.Mais uma vez a mídia internacional caio em cima noticiando um
agravante e especulando que tudo isso era proposital para enriquecer ainda mais o trafico de cocaína no mundo, uma vez que os meliantes agora estariam em casa.
Logo manifestações populares surgiram, os jovens que outrora foram tentados a ingressar no exército partira para a milícia dos sem-terra que tinha o seguinte bordão “O Brasil sem guerra!” uma marcha de vinte milhões foram para a praça dos três poderes, chegando lá tomaram Brasília o exército uniu-se ao movimento e mataram o presidente e o vice renunciou tendo em vista que também era um ex-militar, adivinha quem tomou o poder? Pois é, Justino, o terceiro na linha sucessória como presidente da câmara dos deputados lhe dava o direito de ser presidente da república.
No seu primeiro mês de mandato colocou em prática a reforma agrária, reestatizou em presas privatizadas confiscou bens de bancos que em menos de dez anos quintuplicou seu faturamento em meio a empréstimos abusivos, prendeu mais de quinze mil políticos confirmadamente culpados, legalizou o aborto, o uso de drogas e a pena de morte para crimes hediondos; assassinato, seqüestro, pedofilia e corrupção.
Em oito meses já não havia mais tiroteios nas favelas nem no asfalto o índice de homicídio com armas caio para um porcento. Mas o problema da pobreza ainda era muito grande, Justino, resolveu criar milhares de cooperativas em bairros periféricos e zonas rurais principalmente no nordeste brasileiro. Em um ano e cinco meses foi erradicada a pobreza no Brasil.
Quem não gostou dessa mudança foram os ricos e a classe media, pois perdia a mão de obra barata e empobrecia, criaram o movimente de retomada do capitalismo selvagem, faziam produtos mais baratos que das cooperativas e tentavam boicotar matérias primas dos proletários. Justino, a mãos de aço intervia em prol da maioria “os pobres de capital” e numa tarde de domingo ao degustar seu lanche “o companheiro do povo” morrerá envenenado a um e nove meses de governo presidencial.
FIM.
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