A peleja do maconheiro
Zé do Bode no sistema
Manicomial.
De salgado lá na lapa
A vida nem sempre justa
Com sanduíche na chapa
Estudou até sexta série
E já tomou muito tapa
De policia mal informado
Que para o usuário lhe falta
Respeito e cidadania
Preconceito esta em alta
Preto, pobre e favelado
É visto como peralta!
É da sabença de todos
Que fumar maconha é crime
Se por mais que ele te anime
Tu não é ladrão do regime
Que é bruto pro pobre usuária
Nosso filme brasileiro
Que retratou o vil sistema
Bicho de sete cabeças
Vida repete o cinema
Peleja do Zé do Bode
Agora preso com algema
Por dois meses ele é preso
Configura como drogado
Nega seu referencial
É jogado em manicômio
Loucura manicomial
Para acalmar ansiedade
Se vê que tomar remédio
Abstrai barbaridade
Que lhe deixa mui chapado
Anos passa não vê idade
Até sua irmã lhe resgatar
Foram longos quinze anos
Do seu crime nada lógico
E agora novos planos
Pru “doente toxicológico”
Sequela desnecessária
Retardou sua consciência
Mora longe a duas horas
Do CAPS tem referência
Seria bom em que seu bairro
Fosse como adjacência
Hoje Zé do Bode é usuário
Sistema Único de Saúde
Bem diferente de outrora
Sem tratamento que o ilude
Por fim ele vivi a vida
Com outro olhar e atitude.
E cordelista que sou
Educador popular
Como muitos outros tem
O povo conscientizar
O SUS merece de todos
O respeito que se dá.
Hoje Zé do Bode é usuário
Sistema Único de Saúde
Bem diferente de outrora
Sem tratamento que o ilude
Por fim ele vivi a vida
Com outro olhar e atitude.
Educador popular
Como muitos outros tem
O povo conscientizar
O SUS merece de todos
O respeito que se dá.
muitos Zé's estão por ai
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